sexta-feira, 15 de julho de 2011

URUARÁ SEM PLANEJAMENTO E SEM RUMO!!


Uruará tem um governo “sem rumo e sem planejamento”. Esta é a opinião do ex-vereador Júlio Magno (PR). Em entrevista ao blog uruaraemfoco ele faz uma abordagem geral sobre as maiores demandas, a falta de investimentos públicos,  que no seu entendimento, “são oferecidos num nível bem abaixo do que merece a nossa população”. Para Júlio Magno, “o péssimo atendimento oferecido no Hospital Municipal, à educação em frangalhos, o lixo e os urubus espalhados pela cidade, o atraso nos salários dos servidores e o lamentável estado de conservação das ruas e travessões dão a medida exata do descontentamento do cidadão com a gestão municipal”. O ex-vereador também falou sobre sucessão e alianças colocando seu nome à disposição dos partidos para novamente disputar a Prefeitura nas próximas eleições. “Mais importante do que alianças partidárias será buscarmos união em torno de um projeto coletivo de desenvolvimento local e regional sustentável para nossa população” avalia. Júlio destacou, ainda, que “no  campo da gestão é necessário reduzir o tamanho da máquina pública, promovendo uma reestruturação administrativa completa”. E prossegue “É preciso reduzir os gastos com o custeio da atual máquina inchada para aumentar a capacidade de investimentos da Prefeitura de Uruará. É preciso, também, eliminar os desperdícios, combater o desvio de recursos, planejar e elaborar projetos sustentáveis e qualificar a gestão municipal” finaliza. Leia a entrevista:
UEF: Do que Uruará mais precisa hoje?
Júlio Magno: De uma gestão que  trabalhe de verdade e que conduza com honestidade, competência e responsabilidade as questões que envolvem os interesses da população. Isso vale, por exemplo, para as áreas da saúde, educação, segurança pública, cultura, esporte, lazer, da limpeza urbana e infra-estrutura urbana e total, e o irrestrito apoio ao setor produtivo local.
UEF: O senhor é pré-candidato a Prefeito nas eleições de 2012?
Júlio Magno: Essa é uma questão que terá que ser resolvida pelo meu partido e pelos demais partidos que estiverem conosco quando da realização das convenções municipais em junho de 2012. Meu nome sempre estará à disposição para qualquer missão, inclusive para apoiar outros companheiros que desejam como eu mudanças reais em nosso município. Acredito que a população quer mudanças e, com certeza, nosso grupo terá o candidato que vai realizar essas mudanças. Temos ótimos nomes que também podem concorrer ao cargo de prefeito: o ex-vereador Leandro Goiano (PSB), Jurandir do Cartório (DEM), Zé Lauer (PPS), Diemerson Barile (PDT), Gilmar Zoletti (PTB), Osmar Martins (DEM), Dedé Marizeira (PV) e outros. O importante é estarmos unido para realizarmos as mudanças que Uruará precisa.
UEF: O senhor não colocou o PSDB na coligação e nem citou o nome do ex-prefeito Mário Lobo. Por quê?
Júlio Magno: Atualmente o PSDB faz parte da base de apoio ao governo do prefeito Eraldo Pimenta (PMDB) e deve apoiar o candidato do PMDB em 2012. Quanto ao ex-prefeito Mário Lobo (PSDB), pelo qual tenho grande admiração e respeito, creio que seria um bom candidato, pois já tem experiência administrativa e grande conhecimento em Belém. Mas, infelizmente, ele e seu partido (PSDB) apóiam e participam da atual administração. Tenho esperança que até as convenções possamos encontrar um caminho para marcharmos juntos, como sempre, e vencermos as eleições.
UEF: E o PT como fica?
Júlio Magno: Sempre tive grande afinidade com os militantes do PT. Estivemos juntos na vitória de Mário Lobo em 2000. Fui vereador junto com Joãozinho do Sindicato (PT) e Maria Piloneto (PT). Fiz campanha para Paulo Medeiros (PT) em 2004. Infelizmente não conseguimos nos unir em 2008, mas temos um bom relacionamento e acredito que as conversações vão avançar para 2012, pois o PT não coaduna e nem participa das bandalheiras da atual administração. A esperança é que estejamos juntos em 2012 para realizarmos as mudanças exigidas pela população.
UEF: Quem o senhor acredita que será o candidato que o prefeito irá apoiar?
Júlio Magno: Não estamos preocupados com o nome do candidato, pois qualquer que seja representará a continuidade de uma administração caloteira, incompetente, preguiçosa, inconseqüente e enganadora. Continuará sendo um Uruará para poucos, enricando seus secretários, sofrendo com irregularidades administrativas, humilhando servidores e acumulando dívidas e mais dívidas. O nosso objetivo é reunir forças para enfrentar o dinheiro da máquina pública que, com certeza, será fartamente gasto para tentar eleger alguém que mantenha os privilégios de uma minoria em detrimento de uma maioria abandonada, prostrada e subjugada. No entanto, acredito que para continuar tudo igual ou pior, o candidato seja o presidente da Câmara de Vereadores, que é do PMDB e ajuda o prefeito a encobrir todas as falcatruas e desvios de recursos na Prefeitura Municipal.
 UEF: Qual sua avaliação do segundo governo de Eraldo Pimenta?
Júlio Magno: Vejo que é um governo incompetente, bagunçado, sem rumo e sem planejamento, totalmente inadimplente, endividado, sem crédito no comércio e devendo cerca de R$ 17.000.000,00 (dezessete milhões de reais) para o INSS. O prefeito foi omisso, para não dizer infantil, por não recorrer da portaria da FUNAI em 2008 e mentiroso quando afirmou que não sabia da demarcação da pretensa reserva Cachoeira Seca, que é uma das condicionantes para o início de UHE Belo Monte. Abandonou nossa pista de pouso, a cidade nunca foi tão maltratada (urubus e lixo de montão) e foi relapso no censo do IBGE quando permitiu a diminuição de quase 15.000 habitantes. A exceção das casas dos seus secretários e amigos íntimos, não se enxerga obras no município. Se olharmos as obras do PAC, que são recursos do Governo Federal, verificamos o não cumprimento dos prazos e o uso absurdamente elevado de recursos em relação às obras efetivamente realizadas. Se olharmos os investimentos públicos com recursos próprios do Município, estes são inexpressivos. Os serviços públicos, de um modo geral, são oferecidos num nível bem abaixo do que merece nossa população. O prefeito se vangloria que foi presidente da AMUT e é do Consórcio Belo Monte, mas não conseguiu nada para Uruará. Só migalhas e promessas. Muitas promessas que nunca são cumpridas e revoltam a população. Enquanto isso investe o nosso suado dinheiro na compra da emissora de Rádio Regional FM, na TV Vale do Uruará (BAND), em apartamentos, mansões, veículos, etc...
UEF: O “fraco desempenho” do Prefeito de alguma forma lhe favorece?
Júlio Magno: Eu não analiso essa questão pela ótica pessoal ou partidária. O desempenho do governo local tem que ser satisfatório na visão da sociedade uruaraense. O que fica claro é que, pelos altos índices de rejeição ao governo, seu desempenho está longe de ser satisfatório. O péssimo atendimento oferecido no Hospital Municipal, a Educação em estado de calamidade pública, o sistemático atraso no salário do funcionalismo, a gritante incompetência, o lixo e os urubus espalhados pela cidade, o total abandono dos agricultores e o lamentável estado de conservação das ruas e travessões dão a medida exata do descontentamento do cidadão com a gestão municipal. O povo quer mudanças. E terá.
UEF: O seu grupo está aberto para ampliar a coalizão, mesmo com partidos que até então estão na base de sustentação da atual administração?
Júlio Magno: Como eu falei anteriormente esse é um assunto que nós iremos tratar por ocasião das convenções municipais em junho do próximo ano. Obviamente nós buscaremos ampliar e fortalecer ao máximo as alianças políticas. Mais importante do que alianças partidárias será buscarmos união em torno de um projeto coletivo de desenvolvimento local e regional sustentável para nossa população. Mas, já existem negociações com o PP e PTB que podem participar da ‘chapa’ indicando um candidato (a) a vice-prefeito do nosso grupo. Quem sabe Elenita Galvão, Leonardo Delpino ou Rubens Duarte pelo PP? Polaco, Gilmar da Marajoara ou Sérgio Karpinski pelo PTB? Tudo é possível em política.
UEF: O senhor já iniciou algum contato político com representações que se apresentam como 3ª via?
Júlio Magno: Eu não me furto ao contato político com nenhum grupo ou partido. Tenho conversado com lideranças políticas de todas as tendências e não vou deixar de manter esse comportamento. O diálogo é o melhor caminho pra superarmos nossas diferenças e abraçarmos projetos comuns.
UEF: Qual seria o seu primeiro ato, caso assumisse a administração do Município em 1º de janeiro de 2013?
Júlio Magno: Primeiro é preciso passar no crivo do eleitor. Qualquer que seja o próximo prefeito de Uruará ele assumirá o governo municipal com legitimidade para promover as grandes mudanças que os uruaraenses necessitam. Portanto é imperioso que seja feita uma rigorosa auditoria nas contas da Prefeitura Municipal. Depois, sim, podemos começar a trabalhar. No campo da gestão, é necessário reduzir o tamanho da máquina pública, promovendo uma reestruturação administrativa completa. É preciso reduzir os gastos com o custeio da atual máquina inchada para aumentar a capacidade de investimentos da Prefeitura. É preciso, também, eliminar os desperdícios, combater o desvio de recursos e qualificar a gestão municipal para que se tenha uma máquina pública enxuta e eficiente para responder às grandes demandas da população. Sem essas medidas, a gestão será incapaz de enfrentar com sucesso os graves problemas que temos pela frente.
UEF: Uruará tem jeito?
Júlio Magno: Com absoluta certeza, sim. Com muito trabalho e dedicação, sim. Com a união daqueles que querem o bem de Uruará, claro que sim. Se eu não acreditasse nisso já teria desistido da política. Nosso grande desafio está em aprendermos a separar os interesses individuais dos interesses coletivos da população, fortalecendo a união na hora de lutarmos por benefícios e conquistas. As disputas partidárias devem ficar restritas ao período eleitoral. Uruará é bem maior que os nossos interesses e os nossos partidos.