terça-feira, 4 de dezembro de 2012

MAGALHÃES BARATA: MP entra com ACP e pede afastamento do atual prefeito

    Uma ação cívil pública ajuizada no dia 30 de novembro pelo Ministério Público do Estado, por meio da promotora de justiça Marcela Christine Ferreira de Melo Castelo Branco, pede, além do afastamento imediato do atual gestor do município de Magalhães Barata, Raimundo Nonato de Lima Braga, o bloqueio de bens e quebra de sigilos bancários e fiscais do prefeito e das contas da prefeitura.
O MP pede ainda na ação a busca e apreensão de documentos como notas fiscais de prestação de serviços e aquisição de produtos, que deverão ser encaminhados ao Instituto Médico Legal para auditoria contábil e perícia; cassação do mandato do prefeito, suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos, ressarcimento ao erário, multa proporcional ao ato praticado e proibição de contratar com o poder público e indisponibilidade e seqüestro de bens de Raimundo Braga.
O CASO - A ACP decorre do fato de que o atual gestor de Magalhães Barata, que concorreu sem êxito à reeleição, vem agindo de maneira irresponsável logo após o resultado das eleições, inviabilizando o município financeiramente em relação à prestação de serviços básicos.
O prefeito Raimundo Braga tem atrasado o pagamento de salários dos funcionários públicos. O salário de setembro, só foi pago após o dia 20 de outubro e o décimo terceiro salário também não está sendo repassado aos funcionários, sem motivo legítimo, já que as verbas públicas dos salários estão sendo repassadas para as contas do município sem atraso.
“Este fato tem afetado diretamente a vida dos funcionários, de suas famílias e de toda a cidade, já que a circulação de divisas é escassa, e o índice de inadimplemento e endividamento é bastante grande’’ conclui a promotora Marcela Castelo Branco.
Entre o final de outubro e início de novembro, o prefeito exonerou cerca de 200 funcionários temporários e comissionados, vinculados às diversas secretarias, incluindo as secretarias de educação e saúde, sem pagamento dos dia trabalhados.
Além disso, a maioria dos funcionários relatou a precariedade dos serviços da educação e saúde no município. O prefeito alega impossibilidade financeira em manter os funcionários, entretanto, as verbas da educação, vinculadas ao FUNDEB e da saúde continuam sendo repassadas pelo Governo federal da mesma forma que vinham sendo repassadas antes das eleições.
As obras de duas creches que estavam em andamento e atrasadas foram paralisadas pelo prefeito após as eleições e mesmo possuindo uma empresa responsável pelas obras, houve contratação particular de pedreiros.
A prefeitura não realizou pagamento de vários fornecedores e prestadores de serviços a exemplo dos aluguéis de veículos para a secretaria de saúde e conselho tutelar. Além de não ter pago pessoas contratadas para reformar escolas e a empresa responsável pelo transporte escolar, serviço suspenso, impossibilitando à ida de algumas crianças a escola.
Conforme ofício da Diretora da Escola Professor Manoel Joaquim Monteiro, o serviço de transporte escolar do convênio entre o Estado e Município também foi suspenso sem justificativa. Segundo o portal transparência, os repasses de verbas em nome da prefeitura estão sendo feitos, havendo indícios de desvio de verbas. A suspeita é de que o dinheiro público estaria sendo desviado para pagar contas de campanha de Raimundo Nonato.
Foi denunciado ao Ministério Público que Raimundo Nonato Braga não presta conta de nenhum gasto realizado na prefeitura, não apresentou balanço geral, relatórios dos 1º, 2º, e 3º quadrimestres estando inadimplente perante o Tribunal de Contas dos Municípios em relação ao ano de 2011. O Município está irregular quanto ao envio de dados do Sistema de Informação de Orçamento Público em Saúde sem informar os dados à unidade gestora e sem prestar contas ao FUNDEB e conselho de educação.
O atual prefeito não enviou a lei de diretrizes orçamentárias (2013) e orçamento para o ano de 2013 à equipe de transição.

Texto: Jessica Barra (Graduanda em jornalismo)
Revisão: Edyr Falcão (Assessoria de imprensa)