A Polícia Civil deflagrou em Uruará,
sudoeste do Pará, a operação "Gato Net" que visa combater o furto do
sinal de internet, do sistema Navega Pará, administrado pela Empresa de
Processamento de Dados do Pará, a Prodepa, órgão do Governo do Estado.
Ontem, três pessoas foram presas em flagrante pelo crime. As prisões
resultaram de investigações realizadas na região para apurar o esquema
detectado pela Prodepa. Segundo o superintendente regional da Polícia
Civil no Xingu, delegado Cristiano Nascimento, a Prodepa detectou,
através de seus técnicos, em Belém, que estava ocorrendo o furto do
sinal de internet em Uruará. No decorrer da apuração, foram detectados
os órgãos do Estado onde ocorria o vasamento do sinal. Acionado pelo
diretor de Polícia do Interior, delegado Sílvio Maués, o delegado
Cristiano recebeu determinação para investigar o crime. O superintendente chegou em Uruará, na
última segunda-feira, juntamente com o chefe-de-operações da
Superintendência, investigador Diniz, para coordenar a operação policial
na cidade iniciada no dia de ontem. Foi quando três pessoas
identificadas como as pessoas que estavam se beneficiando dos desvios do
sinal da internet, a partir de um órgão público, foram presas. O sinal
era desviado para as residências dos acusados e para um estabelecimento
comercial de despachante. "Assim, autuamos essas pessoas em flagrante,
por furto. Como a pena máxima do crime é de 4 anos de prisão, por lei,
elas tiveram o direito de pagar fiança arbitrada por mim e todos foram
liberados para responder em liberdade”, explicou o delegado Cristiano. O fato foi comunicado ao juiz de
Direito, da Comarca de Uruará, Vinícius de Amorim Pedrassoli, e ao
Ministério Público local, para continuidade ao inquérito e ao processo
criminal na Justiça. Cristiano Nascimento ainda revelou outros detalhes
da operação: “Conseguimos suspender o sinal da Prodepa no município para
ser depois reativado, assim, cancelando todos os furtos ocorridos",
explica. Segundo ele, as investigações irão prosseguir para chegar ao
responsável pelo furto e venda do sinal do sistema Navega Pará na
cidade. "Sabemos que o desvio foi feito via sistema wireless (rede de
internet sem uso de cabos), o que torna mais complicada a investigação.
Por isso, a gente suspendeu o sinal para que, quem estivesse comprando
internet do sistema, ficasse sem sinal. Foi colocada uma senha de
bloqueio. As investigações mostram ainda que os
desvios do sinal de internet aconteciam ainda a partir de um órgão
federal. O delegado Cristiano Nascimento afirma que os diretores dos
órgãos estavam de boa fé. "Isso foi constatado. O furto se deu através
de servidores que aproveitaram do fato de terem o sistema Navega Pará e,
assim, conseguiam cabiar o sinal para suas residências, o que já foi
bloqueado. Esses servidores irão responder a processos criminais,
que serão encaminhados ao Poder Judiciário”, concluiu. As três pessoas,
que furtavam a internet, não tiveram os nomes revelados. Com elas, foram
apreendidos os provedores e os cabos de internet utilizados no furto. A
Polícia Civil tem 30 dias para concluir o inquérito. "Ainda serão
ouvidas outras pessoas, principalmente, alguns técnicos que atuaram nos
órgãos que podem ter feito o raqueamento do aparelho da Prodepa",
asseverou Nascimento. A operação foi realizada pelo chefe de operações
da Superintendência da Polícia Civil, investigador Diniz, com a
colaboração do investigador da Polícia Civil em Uruará, Silvio Alex; sob
a coordenação do superintendente, delegado Cristiano Nascimento. Com informaçõpes PC_PARÀ