Operação coordenada pela Polícia
Civil de Curionópolis, sudeste do Pará, resultou no cumprimento de dois
mandados judiciais de prisão na cidade de São Félix do Xingu, no sul do
Estado. Sob comando do delegado Thiago Carneiro Rodrigues, a ação
policial levou às capturas dos primos Alexei Fernandes da Silva e
Josimar Vieira da Silva, acusados da prática do crime de estelionato.
Eles são apontados como responsáveis por um golpe estimado em cerca de
R$ 2 milhões no comércio de Curionópolis e também em Canaã dos Carajás.
Os dois eram sócios na loja de compra premiada denominada "Multivendas
Premiadas", que tem escritório nos dois municípios. "Estima-se que o
golpe vitimou mais de mil pessoas na região", ressaltou o policial
civil. A operação foi iniciada no último dia 17, quando a equipe da
Polícia Civil procedeu às primeiras investigações e obteve informações
de que os acusados estariam escondidos no distrito de Nereu, zona rural
de São Félix do Xingu.
Ao serem abordados, eles não ofereceram
resistência e foram conduzidos para a Delegacia de São Félix do Xingu,
primeiramente, para depois serem transferidos para Curionópolis,
onde permanecem recolhidos à disposição da justiça. Segundo o delegado, a
loja iniciou suas atividades por volta de 2007 oferecendo uma espécie
de consórcio para aquisição de motos. "Cada cliente entrava no consórcio
e passava a pagar valores mensais. Ao ser sorteado, ele recebia o
veículo sem precisar quitar o resto do valor do veículo", explicou o
delegado. No entanto, a partir do ano de 2010, começaram a surgir
denúncias sobre o não cumprimento do contrato. "Muitas pessoas passaram a
reclamar que terminavam de pagar as parcelas e outras de que eram
sorteadas, mas não recebiam a moto", detalhou.
No início de 2011, para surpresa de
todos, as duas lojas, situadas em Curionópolis e Canaã dos Carajás,
fecharam as portas e os proprietários sumiram das cidades sem dar
qualquer satisfação aos clientes. "Instauramos inquérito aqui e
representamos pelas prisões dos sócios no Fórum. O promotor de Justiça
denunciou os acusados e a justiça concedeu as ordens de prisão deles",
explicou Thiago Rodrigues. Ouvidos, já na condição de presos, os
acusados alegaram que repassaram os negócios para terceiros - três
pessoas já identificadas pelo delegado. No entanto, as lojas de compra
premiada ainda estão em nome dos presos, já que a transferência dos
negócios foi feita de forma verbal, sem assinar qualquer documento.
"Vamos continuar a investigar para encontrar esses três pessoas que
também serão ouvidas", assevera. Em Canaã dos Carajás, há outro
inquérito instaurado, na Delegacia local, para apurar o golpe contra a
loja "Multivendas Premiadas".