terça-feira, 6 de março de 2012

Deputados e sindicato falarão sobre greve na Celpa

Nesta terça-feira (6), os mais de dois mil funcionários da Celpa (Centrais Elétricas do Pará) continuam cumprindo a paralisação prevista para durar 48h, deflagrada ontem durante assembleia geral realizada na porta da empresa. Parte dos serviços de operação e manutenção estão suspensos e caso as reivindicações não sejam atendidas, existe a possibilidade de uma greve por tempo indeterminado.
Além de exigir melhores condições de trabalho e o pagamento da 38ª parcela do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), os funcionários defendem que a Celpa seja federalizada e seu controle passe para a Eletrobrás, que detém mais de um terço de suas ações. Pertencente ao Grupo Rede, a Celpa acumula dívidas de R$ 2 bilhões e desde a semana passada entrou em recuperação judicial.
A paralisação atinge os municípios-pólo da Celpa, como a Região Metropolitana de Belém, além de Castanhal, Capanema, Bragança, Marabá e Santarém.
O presidente do Sindicato dos Urbanitários do Pará, Ronaldo Romeiro, informou que o fornecimento de energia elétrica para todas as regiões do Pará não seria prejudicado pela paralisação. Hoje (6), ele viajou para Brasília, onde participará de uma reunião, às 17h, para realizar articulações políticas e diálogos a favor da federalização da Celpa. Romeiro deve reunir com representantes do Grupo Rede, da bancada paraense da Câmara de Deputados e da Federação Nacional dos Urbanitários.
Diante da paralisação, cerca de 600 funcionários e diretores do Sindicato dos Urbanitários do Pará se mantém em assembleia permanente em frente à sede da Celpa, na avenida Augusto Montenegro. Ontem houve uma reunião com a diretoria da empresa para discutir como seriam desenvolvidos os serviços essenciais durante os dias de manifestação.
Com relação à parcela do PCCS, a Celpa pediu ontem a autorização do Tribunal de Justiça do Estado (TJE) para o desbloqueio da verba destinada ao pagamento dos funcionários. A categoria aguarda que o despacho seja feito ainda hoje pela juíza Maria Filomena Buarque, da 13ª vara cível da capital, o que deve definir os rumos da paralisação.
Por conta da recuperação judicial, a empresa está “impedida de realizar pagamentos em aberto até o dia 28 de fevereiro”. A Celpa tenta tranquilizar os empregados, garantindo que os salários serão pagos regularmente durante o período de recuperação judicial, e pediu que eles mantenham os serviços em funcionamento para que a população não seja prejudicada. No entanto, eles alegam que o pagamento da parcela estava previsto para o dia 21 passado, depois ficou para o dia 24 em razão do carnaval, mas a situação está pendente. (Daniele Brabo/DOL, com informações do Diário do Pará)