Nesta terça-feira (6), os mais de dois
mil funcionários da Celpa (Centrais Elétricas do Pará) continuam
cumprindo a paralisação prevista para durar 48h, deflagrada ontem
durante assembleia geral realizada na porta da empresa. Parte dos
serviços de operação e manutenção estão suspensos e caso as
reivindicações não sejam atendidas, existe a possibilidade de uma greve
por tempo indeterminado.
Além de exigir melhores condições de
trabalho e o pagamento da 38ª parcela do Plano de Cargos, Carreiras e
Salários (PCCS), os funcionários defendem que a Celpa seja federalizada e
seu controle passe para a Eletrobrás, que detém mais de um terço de
suas ações. Pertencente ao Grupo Rede, a Celpa acumula dívidas de R$ 2
bilhões e desde a semana passada entrou em recuperação judicial.
A paralisação atinge os municípios-pólo
da Celpa, como a Região Metropolitana de Belém, além de Castanhal,
Capanema, Bragança, Marabá e Santarém.
O presidente do Sindicato dos
Urbanitários do Pará, Ronaldo Romeiro, informou que o fornecimento de
energia elétrica para todas as regiões do Pará não seria prejudicado
pela paralisação. Hoje (6), ele viajou para Brasília, onde participará
de uma reunião, às 17h, para realizar articulações políticas e diálogos a
favor da federalização da Celpa. Romeiro deve reunir com representantes
do Grupo Rede, da bancada paraense da Câmara de Deputados e da
Federação Nacional dos Urbanitários.
Diante da paralisação, cerca de 600
funcionários e diretores do Sindicato dos Urbanitários do Pará se mantém
em assembleia permanente em frente à sede da Celpa, na avenida Augusto
Montenegro. Ontem houve uma reunião com a diretoria da empresa para
discutir como seriam desenvolvidos os serviços essenciais durante os
dias de manifestação.
Com relação à parcela do PCCS, a Celpa
pediu ontem a autorização do Tribunal de Justiça do Estado (TJE) para o
desbloqueio da verba destinada ao pagamento dos funcionários. A
categoria aguarda que o despacho seja feito ainda hoje pela juíza Maria
Filomena Buarque, da 13ª vara cível da capital, o que deve definir os
rumos da paralisação.
Por conta da recuperação judicial, a
empresa está “impedida de realizar pagamentos em aberto até o dia 28 de
fevereiro”. A Celpa tenta tranquilizar os empregados, garantindo que os
salários serão pagos regularmente durante o período de recuperação
judicial, e pediu que eles mantenham os serviços em funcionamento para
que a população não seja prejudicada. No entanto, eles alegam que o
pagamento da parcela estava previsto para o dia 21 passado, depois ficou
para o dia 24 em razão do carnaval, mas a situação está pendente.
(Daniele Brabo/DOL, com informações do Diário do Pará)