Local onde está sendo construída a nova mina subterrânea de Serra Pelada |
Ponto de atração de trabalhadores de todo o país que migravam em busca de riqueza no início dos anos 80, o garimpo de Serra Pelada, distrito do município de Curionópolis, no sul do Pará, começa a renascer. 20 anos após ser fechado, o garimpo se prepara para uma nova fase de exploração, prevista para se iniciar em 2012. Ao lado da cava onde muitos perderam a vida soterrados, uma nova mina, desta vez toda mecanizada, está em fase final de construção.
A expectativa da empresa responsável pela nova exploração é de que ainda existam cerca de 50 toneladas de minério, entre ouro, paládio e platina, prontos para serem extraídos nos próximos dez anos.
A expectativa da empresa responsável pela nova exploração é de que ainda existam cerca de 50 toneladas de minério, entre ouro, paládio e platina, prontos para serem extraídos nos próximos dez anos.
Funcionários se direcionam para a nova mina de Serra Pelada |
O novo garimpo de Serra Pelada é resultado de uma parceria entre a Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) e a empresa de mineração Colossus, do Canadá. A aliança, firmada em 2008, gerou uma terceira empresa, a Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral (SPCDM), detentora da portaria de lavra, documento concedido pelo governo federal que permite a retirada de minério do local.
O terreno onde a nova mina subterrânea está sendo instalada tem cem hectares e fica ao lado da antiga cava aberta pelos garimpeiros, atualmente desativada e transformada em um grande lago.
O terreno onde a nova mina subterrânea está sendo instalada tem cem hectares e fica ao lado da antiga cava aberta pelos garimpeiros, atualmente desativada e transformada em um grande lago.
Funcionários da empresa que trabalham dentro da mina precisam usar coletes sinalizadores |
Segundo o diretor-geral da Colossus no Brasil, Paulo de Tarso Serpa Fagundes, até 2013, a empresa canadense deve investir R$ 320 milhões, a fim de que a nova mina de Serra Pelada traga os resultados esperados. Desde 2008, quando a parceria com a cooperativa dos garimpeiros foi firmada, já foram injetados na região R$ 190 milhões pela empresa canadense, segundo afirma o diretor da empresa.
Diferentemente da antiga mina de Serra Pelada, onde a exploração era artesanal e na superfície – o que deu ao local o apelido de 'formigueiro humano' –, na nova mina a exploração será mecanizada e subterrânea. Pelo menos 350 metros de mina subterrânea já foram escavados, segundo a empresa, e a expectativa da Colossus é de que a mina alcance cerca de 400 metros de profundidade, o equivalente a um prédio de 120 andares, com rampas e acessos subterrâneos.
Tubos instalados na parte superior da mina auxiliam na ventilação do local |
O trabalho dentro da mina é realizado durante 24 horas por dia. Enquanto a nova Serra Pelada não começa a extração, cerca de 200 funcionários se revezam em três turnos de trabalho. Banheiros químicos foram instalados ao longo da mina, e os funcionários podem sair de dentro do local até três vezes ao dia, para fazer as refeições no refeitório da empresa.
Entrada da nova mina subterrânea de Serra Pelada |
Antes de seguir pelo longo túnel que já dá forma à nova mina, os funcionários precisam passar por uma série de procedimentos de segurança. O primeiro é um curso específico com 30 horas de treinamento, onde o funcionário recebe informação sobre primeiros-socorros e orientações sobre como se portar a tantos metros de profundidade. 'Segurança para nós é primordial', afirma o coordenador da mina, Hélio Machado Filho.
Em geral, cada funcionário permanece até seis horas dentro da mina, sob uma iluminação que se assemelha à de uma casa à noite. Protetores de ouvido e colete sinalizador são de uso obrigatório, além de máscaras para respiração e outra chamada máscara de fuga, que tem vida útil de 25 a 120 minutos de oxigênio, em caso de possível desmoronamento. Antes de entrar na mina, todos ainda precisam verificar a pressão arterial.
Em geral, cada funcionário permanece até seis horas dentro da mina, sob uma iluminação que se assemelha à de uma casa à noite. Protetores de ouvido e colete sinalizador são de uso obrigatório, além de máscaras para respiração e outra chamada máscara de fuga, que tem vida útil de 25 a 120 minutos de oxigênio, em caso de possível desmoronamento. Antes de entrar na mina, todos ainda precisam verificar a pressão arterial.