Megale informou ao promotor que seus sigilos bancário, fiscal e eleitoral estão à disposição do MP para comprovar sua responsabilidade como membro da Mesa Diretora e dirimir eventuais dúvidas
O líder do PSDB na Assembléia Legislativa do Pará (Alepa), deputado José Megale, foi recebido pelo promotor Nelson Medrado, em audiência, segunda-feira (27). O encontro foi solicitado pelo próprio parlamentar para esclarecimento de pontos relacionados ao período de seu mandato como 1º vice-presidente da Assembléia Legislativa do Pará (Alepa), de 2003 a 2006, quando a Casa foi presidida pelo então deputado Mário Couto (PSDB), hoje senador da República.
Megale esclareceu que, quando vice-presidente, assinou atos respaldados pelos pareceres técnicos de servidores da Casa, ressaltando que há documentos que podem ser assinados somente pelo presidente e seu substituto, outros pelo conjunto da Mesa Diretora da Casa (sete membros), e ainda pelo primeiro secretário e presidente. Assinou vários deles, entre atos administrativos e leis, agindo de boa-fé, sem o receio de que houvesse irregularidade nos mesmos, uma vez que em seu entendimento cumpria apenas uma rotina do cargo.
Na ocasião, Megale informou ao promotor que seus sigilos bancário, fiscal e eleitoral estão à disposição do MP para comprovar sua responsabilidade como membro da Mesa Diretora e dirimir eventuais dúvidas. Assim como o sigilo dos coordenadores de campanha dos municípios onde recebeu votação mais expressiva nas eleições de 2010, quando se reelegeu à Assembleia Legislativa. O promotor Nelson Medrado informou, na ocasião, não ser necessária a disponibilidade dessas informações, pois não constava nenhum indício de improbidade envolvendo o nome do parlamentar nas investigações.
“Resolvi procurar o MP em respeito à minha família, aos meus amigos, àqueles que confiaram o seu voto em mim e à sociedade como um todo. Devo satisfação dos meus atos, por isso tomei a decisão de procurar o Ministério”, disse o líder do PSDB. “Tenho minha consciência tranqüila, pois já participei de diversos cargos e sempre cumpri os princípios que norteiam a vida do homem público, sem nunca ter meu nome envolvido em qualquer denúncia”, completou.
Megale também reiterou o motivo de não ter assinado a CPI proposta pelo deputado Edmilson Rodrigues (PSOL): “Volto a repetir, não assinei porque considero que o trabalho realizado pelo MP dará a resposta necessária que a sociedade precisa”. Na opinião de Megale, uma CPI para investigar os episódios da Casa acabaria por ser contaminada pelo corporativismo, a exemplo do que aconteceu com a investigação dos diplomas falsos, que envolveu servidores da Casa, há duas décadas. Segundo o deputado, esse processo teve um resultado pífio, deixando um clima de impunidade na Casa.