Uruará está na iminência de um conflito agrário de grandes proporções entre Funai, Força Nacional e agricultores, devido uma demarcação impositiva e arbitrária pela FUNAI, na área denominada Cachoeira Seca.
Onde os Agricultores, Prefeitura, Câmara Municipal e Sindicatos Patronais afirmam que não é terra indígena; os habitantes estão determinados a permanecerem em suas propriedades. Um dos representantes da comunidade declara que se sentiu agredido com a forma de tratamento dado por representantes da Força Nacional ao chamar os agricultores de vagabundos; “nasci e me criei aqui, não de forma ociosa, mas, cultivando a terra, terra que considero como propriedade; eles deveriam utilizar-se de outra forma de linguagem para identificar o trabalhador”, acrescenta Messias - ACS na área em questão.
Os Produtores que residem além da chamada Linha Vermelha estão apreensivos, pois, com a demarcação sentem-se ameaçados em vir a perder suas terras, onde cultivam a mais de 20, 30 anos, ocupando essa área de forma mansa e pacifica, sem nunca terem tido nenhum confronto com indígenas, pelo simples fato de na área em questão não haverem indígenas.
A resistência por parte dos produtores tem como base fatos históricos e as diversas declarações dos representantes dos cerca de 80 da tribo dos Araras, etnia que reside nas proximidades da terras em questão, pois em várias oportunidades o próprio Cacique da tribo deixa claro que não tem a intenção de ocupar a terra em questão, já ocupada pelos agricultores a décadas, com lavouras, cercas e currais que não servem aos seus propósitos, mas deixando claro que os índios não abrem mão da área após o igarapé Olhões, onde nos índios residem e que fica a uma distância considerável do local requerido e também, com clareza, afirmou que a demarcação da verdadeira área indígena - acima do igarapé Olhões, é uma ação que trará benefícios a todos - aos indígenas que terrão suas terras finalmente demarcadas e aos agricultores, que terão posse às terras que são suas por direito.
A sociedade civil organizada teme que a situação atinja o limite extremo e, preocupados, Prefeito, Presidente da Câmara Municipal, presidente do Sindicato dos Produtores e Sindicato dos Trabalhadores Rurais, juntamente com o Advogado e Secretário Estadual de Pesca, Asdrúbal Bentes, estiveram em Brasília em reunião com o Ministro Interino da Justiça - Luiz Paulo Barreto e representantes da Casa Civil e da Funai, E através desta foi marcada uma nova reunião, agora junto aos colonos no proximo sábado, com a participaçao da Secretaria Nacional de Segurança Publica Regina Miki, Major Alexandre Aragon Comandante da Força Nacional, solicitando que a situação seja revista, uma vez que essa demarcação arbitrária da Funai atinge direitamente mais de 1.200 famílias, ou seja, mais de 6 mil trabalhadores; um prejuízo econômico e social incalculável para a região.
“Esta é uma situação que não podemos aceitar, terra de índio é terra de índio, mas onde estão nossos agricultores não é terra de índio é terra produtiva que pertence aos agricultores, de onde tiram o sustento de suas famílias e das quais não sairão, que se demarque a Cachoeira Seca sim, mas onde de fato é terra indígena, do Olhões para cima”, finaliza Gilmar Milanski, presidente da Câmara de Vereadores de Uruará.