Não é novidade que a qualidade da educação no Brasil é péssima e que nos últimos anos vem ficando cada vez pior. Os índices de reprovação no Brasil atingem os 21%, enquanto que no Chile a taxa é de 2%, na Argentina 6% e no Camboja 11%. A situação é pior no grupo de pessoas que não sabem ler e escrever. Segundo pesquisa do IBGE, ainda tem 14,1 milhões de analfabetos com mais de 15 anos, o que representa 9,7 da população, 0,3 ponto percentual a menos que a taxa de 2008, que foi de 10% (14,247 milhões de pessoas). O percentual de brasileiros que não sabem ler e escrever é inferior apenas ao da Bolívia, onde a taxa de analfabetismo foi de 11,7% em 2005. Uma das explicações para o alto índice de fracasso é a falta de condições dos professores.
Existem muitas prioridades em qualquer governo, e a educação deve encabeçar a lista. Um dos principais pontos que diferencia um país desenvolvido de primeiro mundo de um país subdesenvolvido são os investimentos realizados na educação. Infelizmente estamos distantes de um ensino eficiente e de boa qualidade. O baixo investimento no sistema educacional brasileiro explica a real situação do nosso país. Em países como Canadá, EUA e Japão, os investimentos em todos os níveis educacionais chegam, em média, a US$ 8,8 mil, enquanto no Brasil esse valor não passa de US$ 2 mil. Chegamos então a conclusão que falta incentivo na área da educação. Professores qualificados, investimentos em material didático, merenda escolar não fica de fora, sem falar em reforma e construção de mais escolas, tudo isso é o que está faltando para iniciarmos um processo de melhorias no ensino nas escolas de todo o Brasil.
Diante de tantas coisas que estão em falta há também o que não está em falta. Refiro-me ao polêmico e vergonhoso KIT GAY que estão querendo introduzir nas escolas. Trata-se de material didático destinado a combater a homofobia, mas o material divide opiniões. O MEC irá distribuir o KIT GAY nas escolas para crianças de 7 a 10 anos na rede pública de todo o Brasil ainda este ano. Elas receberão um kit de material educativo composto de vídeos, boletins e cartilhas com abordagem do universo de adolescentes homossexuais. A distribuição será destinada para 6 mil escolas do programa Mais Educação. Esse absurdo foi firmado em um convênio entre o Ministério da Educação (MEC), com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e a ONG Comunicação em Sexualidade (Ecos).
O KIT tem como objetivo ensinar os alunos a aceitarem as diferenças, além de evitar o preconceito aos jovens assumidamente homossexuais. Mesmo com essa idéia, acredito que a iniciativa não seria apropriada para o ambiente escolar. Um lugar onde a criança e o adolescente vivem um processo de aprendizagem, um conteúdo extra principalmente voltado a algo tão delicado como conduta sexual, influenciaria na formação do aluno. O melhor lugar para discutir a opção sexual de alguém é em casa, não em outro lugar. Os professores precisam saber lidar com a homossexualidade sem a necessidade de um kit e ser contrário a todo tipo de discriminação inclusive em relação aos homossexuais.
Que o Brasil precisa de investimentos na educação isso não se discute, mas introduzir o que não é necessário é causar polêmica desnecessária. Deveria pensar em um reajuste digno do salário do professor da rede pública bem como em reformas de escolas e construção de outras. Precisamos nos preocupar com o que é necessário e urgente. Acho que o MEC bem como o idealizador do projeto precisa pensar um pouco mais em introduzir nas escolas algo tão sem noção como este KIT que divide opiniões até para quem é contrário a homofobia.
Acorda MINISTRO, esta faltando merenda nas escolas, e uma remuneração de vergonha para os professores. Esta faltando transporte escolar e os que existem estão péssimas condições de uso. Precisa-se de mais escolas em locais esquecidos nesse país. Precisa-se de um investimento maior no setor da educação que fica atrás de países como Chile, Bolívia, Argentina. É lamentável que tenhamos que ver nossos representantes com uma idéia tão absurda propor algo que não cabe ao governo ou escola intervir, mas do lar sob a educação dos pais.
É isso!