O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) afirmou nesta quinta-feira que as obras de construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), não vão parar.
A declaração foi dada logo após um encontro entre a presidente Dilma Rousseff e o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens). No evento, o movimento pediu a paralisação de Belo Monte.
Na última sexta-feira, a OEA (Organização dos Estados Americanos) pediu que o governo brasileiro suspenda o licenciamento e a construção da hidrelétrica de Belo Monte. O pedido irritou a diplomacia brasileira.
Em nota divulgada no dia 5, o Ministério das Relações Exteriores chamou hoje as declarações da entidade de "precipitadas e injustificáveis".
O pedido foi feito na sexta-feira passada pela CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), órgão da OEA. O Brasil tem até o dia 15 para respondê-la.
"Belo Monte é um ponto que não dá para avançar porque não vamos deixar de fazer. Agora dá para fazer de forma mais humana, mais respeitadora, levando em conta os direitos das comunidades atingidas", afirmou Carvalho.
"O evento de Jirau e Santo Antônio [os protestos dos trabalhadores nas últimas semanas] está levando a nos antecipar em relação a Belo Monte. Vamos ter uma presença mais forte do Estado, antecipando cuidados com a saúde, com a segurança, com saneamento para que o impacto da obra no local não seja tão pernicioso para as populações", completou.
Há três semanas, trabalhadores em Jirau se revoltaram e destruíram alojamentos e ônibus. A ação deverá provocar um atraso de seis meses nas obras.
Lobão critica campanha contra construção da usina de Belo Monte
BRASÍLIA - A construção da usina hidrelétrica de Belo Monte está sofrendo "uma campanha de pessoas, sobretudo de pessoas que entendem, mas outras que não entendem". A acusação foi feita pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, durante o programa "Bom Dia Ministro", da Rede EBC, nesta sexta-feira. Mas, para ele, Belo Monte é um projeto que vem sendo estudado há mais de 30 anos, e foi amplamente debatido ao longo das últimas décadas.Ele destacou que o governo decidiu fazer apenas uma hidrelétrica no rio Xingu, tomando todas as providências para que ela não provoque "reações colaterais".
Se você perguntar diretamente às pessoas que falam contra Belo Monte porque são contrárias a isto elas não saberão dizer com clareza
- Se você perguntar diretamente às pessoas que falam contra Belo Monte porque são contrárias a isto elas não saberão dizer com clareza - disse o ministro.Edison Lobão disse que caso o país não construísse hidrelétricas, teria que optar por usinas termelétricas movidas a "carvão poluentes e caras, térmicas a diesel , a óleo, poluentes e muito caras". Se esta fosse a opção, a tarifa de energia subiria muito, além da poluir o meio ambiente.Ele explicou que o país precisará dobrar a capacidade de geração de energia dentro de 20 anos e que a energia solar e eólica não seriam suficientes para atender a demanda do país.
- Cerca de 85% de toda a energia elétrica brasileira provem das hidrelétricas que constitui uma energia firme, renovável, e limpa - completou.
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